A campanha para as legislativas deveria estar ao rubro. Afinal, estamos a pouco mais de uma semana de escolher quem vai conduzir os destinos da nação e, de certa forma, também os nossos destinos. Porém, não está. Os portugueses pouco ou nada se interessam por política e muitos nem compreendem a sorte que têm em poder, simplesmente, escolher aquele que vai ser o próximo Primeiro-ministro, numa eleição democrática, em que cada voto conta.
A mim interessa, muito e cada vez mais, daí que tenha decidido partilhar a minha opinião sobre cada um dos principais candidatos, pensando neles sem associação à cor partidária que representam. Noutra ocasião, falarei dos programas eleitorais e da minha concordância, ou não, com eles.
José Sócrates
É, de facto, bem-parecido e o título de “mais sexy” assenta-lhe que nem uma luva. Cultiva esta imagem e sabe que lhe é favorável. Aliás, o engenheiro Sócrates vive muito da imagem que tem e que constrói, dia após dia. É um homem vaidoso! É um político, um bom político, mas tem uma personalidade bastante egocêntrica e narcisista, coisa que não abona em seu favor. Consegue ser arrogante em demasia e raramente, senão nunca, admite que erra ou os seus fracassos. No entanto, reconheço que é corajoso. Encabeçou alguns projectos arrojados sem medo. É, também, um bom orador. Nos últimos tempos, tem-se mostrado mais afável e menos altivo, mas tudo não passa de jogo político. No entanto, para fazer esquecer os casos polémicos em que esteve/está envolvido, será preciso mais que isto. Não gosto muito dele, parece-me uma pessoa pouco confiável, mas também não o detesto. Bem condimentado e, principalmente, bem domado e controlado “comia-se”.
Manuela Ferreira Leite
É o oposto de José Sócrates, no que à imagem diz respeito. Não tem uma imagem que cative, nem faz por isso, aparentemente porque não reconhece valor/validade a esta questão. Mas engana-se. Em política, a imagem vale cada vez mais e Manuela Ferreira Leite perde muito por não trabalhar este aspecto. Também não é uma boa política, nem tem o dom da palavra (já para não falar dos erros linguísticos que, por vezes, escapam). No entanto, a sua pessoa inspira confiança, transmite segurança e revela uma incapacidade de mentir (lol, o que vai contra aquilo que são os políticos, habitualmente). E os portugueses, neste momento de “crise”, procuram isso. Penso que vai conquistar alguns dos seus votos por causa desta faceta… É boa pessoa, é a nossa avozinha em quem fica mal “bater” lol… Acho que vai vencer as eleições e, nesse momento, vou ficar contente, acima de tudo porque é mulher!
Jerónimo de Sousa
Se Manuela Ferreira Leite é a avó, Jerónimo de Sousa é o avô. É fofinho e não tem aspecto de comunista lol. É um bom defensor dos seus ideais e dos ideais do seu partido, mas não é um político fantástico. É mediano. Sabe estar, sabe falar e sabe o lugar que ocupa. Sabe até onde pode ir e não luta por muito mais que isso. Podia ser mais ambicioso e ate agressivo, mas limita-se a procurar não conseguir menos que aquilo que já foi conseguido pelo seu partido. Não me incomoda, mas não me parece que, fosse qual fosse o partido, alguma vez votasse nele.
Paulo Portas
O senhor deputado Paulo Portas é o verdadeiro político ao gosto do povo português. Popular q.b. e quando necessário, mas nem por isso menos elitista, personifica, com bastante perfeição, o dirigente preocupado, atento e activo que as pessoas tanto gostam. Acredito que se vestisse outras cores seria capaz de chegar mais longe que deputado ou mesmo ministro. Porque o povo gosta dele, apesar de, amiúde, não querendo renegar o seu partido, acabe por votar mais na cor que na pessoa ou nas ideias. Tal como Sócrates, cultiva com afinco a sua imagem. É bem-parecido e não tem medo de sê-lo, nem de o admitir. É inteligente e procura, constantemente, aprofundar os seus conhecimentos. É uma inteligência que difere por ser mais cuidada e cultivada. Fala bem, domina a oratória, mas, na minha opinião, perde “pontos” nos debates, uma vez que é incapaz de respeitar as regras… Deveria lutar mais pelos seus ideais, por aquilo que defende e por aquilo em que acredita e deixar de lado ataques desnecessários. Quiçá, saia destas eleições com uma pasta qualquer…
Francisco Louçã
Este é o candidato que mais me intriga, por que não consigo perceber com clareza a sua personalidade, não consigo esmiúça-lo bem. Daí que, e uma vez que me considero muito boa a “ler” perfis, acredite que Francisco Louçã esconde alguma coisa. Acho-o falso, acho-o contraditório, acho que, se algum dia conseguisse chegar ao poder, tornar-se-ia um tirano. E acho que aquela treta “à Robin Hood” de tirar aos ricos para dar aos pobres é só fachada. Aposto que se ele tivesse o dinheiro do Américo Amorim ou do Belmiro de Azevedo não mostraria grande interesse em pagar impostos especiais ou algo do género (atenção que isto não significa que eu defenda ou seja contra esta ideia…). Como político, Louçã é bom. É óptimo em debates, melhor ainda em comícios. É claro e esclarecedor na exposição das suas ideias, ágil e despachado quando confrontado ou atacado. Não sei o que o futuro lhe reserva, não o vejo a coligar-se, caso o P.S. vença, mas na senda do poder, já não digo nada…
4 comentários:
olha ela.
Primeiro um beijinho.
Segundo: desconhecia-te como uma seguidora de política =)
Desculpa, mas tenho que discordar. É impossível uma ex-ministra das finanças, que confunde IRC com IRS, ser merecedora de confiança.
A crise é global e podíamos estar muito pior.
A Manuela não confundiu o imposto. Ela tem é um grave problema com a língua portugesa...
Enviar um comentário