terça-feira, 22 de abril de 2008

Claques online

Existe uma tendência no mundo ultra português que, apesar de não ser nova, se tem vindo a acentuar nos últimos tempos. As claques nacionais, ao aperceberem-se das potencialidades da internet, decidiram lançar-se na rede e aproveitar todos os aspectos positivos que ela oferece.

Através de sites ou blogues, os grupos de apoio aos clubes portugueses estão em comunicação “directa”, não só com os seus membros, mas com todos aqueles que, através de um clique, acedam às suas páginas.

O grande “boom” na internet dos grupos ultra aconteceu na época 2000/2001. E foi continuando. O Colectivo95, uma das claques do Futebol Clube do Porto, foi dos primeiros a lançar-se na rede e está activo desde 2000. Os Diabos Vermelhos, ultras dedicados ao Sport Lisboa e Benfica, criaram o seu site em 2001 e têm-no mantido activo até ao presente. Do mesmo ano é o site do VIII Exército, um dos grupos de Setúbal que apoia o Vitória local. Os Super Dragões, claque que também apoia o Futebol Clube do Porto, colocaram a sua página online no Verão de 2002 e também a têm conseguido gerir até à data corrente. Durante a época 2003/2004, o Esquadrão Maritimista, associação afecta ao Marítimo, ficou mais perto de tudo e de todos, criando o seu site. Em 2005 foi a vez dos Panteras Negras, outro grupo da cidade do Porto, mas que apoia o Boavista, aderirem ao mundo das novas tecnologias. Mais recentemente, no ano de 2007, os Red Boys, claque do Sporting Clube de Braga, faziam nascer o seu site. De uma forma ou de outra, mais cedo ou mais tarde, todas as claques compreenderam a importância de usar a internet como meio de comunicação.

Os motivos que levaram estes adeptos a apostar na internet como meio de comunicação são vários. Proporcionar uma maior fluidez na informação aos sócios; facilitar a conversação entre direcção e associados e entre os associados entre si; divulgar a própria claque, os seus ideais, as suas actividades, as suas iniciativas e também o clube que apoiam. A internet é ainda considerada, por estes grupos, um meio de comunicação rápido, fácil e barato e um espaço de informação global onde esta surge na hora e abrange um maior número de pessoas. Opinião também unânime é a de que a internet permite uma maior divulgação pelo país e pelo mundo. Ajuda o clube, mas principalmente a claque a ter maior visibilidade.

No entanto, manter activo e actual o site ou blogue, nem sempre é possível, apesar de ser considerado essencial. Os responsáveis pela manutenção destes locais indicam que, por vezes, enfrentam algumas dificuldades, sendo, a principal, a falta de tempo para actualizar os conteúdos. O trabalho da claque é feito pelos seus membros, de modo voluntário e gratuito, logo nem sempre se torna fácil gerir essa variante. Todos têm a sua vida pessoal e profissional e, como tal, nada funciona tão bem e tão rápido com seria desejado. Alguns elementos referem ainda dificuldades relativamente à parte técnica da manutenção do site ou blogue.

Dificuldades à parte, os responsáveis ultras têm noção de que não podem “viver” sem estar “online”. O futuro dos grupos passará sempre pelos mais jovens e estes já não passam sem internet. É notório, a cada dia, na maior parte das claques, um crescimento do número de sócios que tiveram conhecimento da existência do grupo e do seu funcionamento através deste meio de comunicação. Daí que seja primordial continuar a trabalhar no sentido de manter e, se possível, melhorar, os sites e blogues que cada um destes grupos gere.

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